O livro “O carcereiro do Cabral” é sobre o sistema penitenciário, mas também acerca da política no Rio de Janeiro. Como assessor de imprensa da ASFIA (Associação dos Servidores da Fundação para a Infância e Adolescência) desde 2011 fiz a cobertura de várias manifestações para reivindicar os direitos dos servidores FIA. Mas, sem dúvida, o momento mais marcante foram os protestos contra o governo do estado entre 2016 e 2017.
O livro-reportagem contextualiza a prisão do ex-governador Sérgio Cabral e as consequências dos crimes cometidos durante o seu mandato. A crise financeira desencadeada a partir de 2015 provocou atrasos no pagamento de salários dos servidores públicos e prejudicou os trabalhadores da FIA. Alguns tiveram que se socorrer de uma campanha de doação de alimentos para comer.
A extrema humilhação foi causada pela organização criminosa comandada por Sérgio Cabral e seu sucessor Luiz Fernando Pezão, conforme revelaram as denúncias do Ministério Público Federal. A sentença do então juiz Sergio Moro para a prisão preventiva de Cabral, citada no livro, reforçou esse entendimento.
O período histórico foi marcado por diversos protestos de servidores na Assembleia Legislativa do Rio. Alguns deles foram violentos, como no dia da ocupação do Palácio Tiradentes, e descambaram para verdadeiras batalhas entre a Polícia Militar e manifestantes, transformando o Centro da cidade, em uma praça de guerra.
Ter vivenciado e registrado com fotos e textos esses dias só enriqueceram o livro. Serei eternamente agradecido à Associação dos Servidores da FIA por ter me possibilitado esta oportunidade. Depois de quase uma década convivendo com os servidores da Fundação, fui adotado pela categoria e me considero também um servidor FIA.
Anderson Sanchez
assessor de imprensa da ASFIA, autor do livro “O carcereiro do Cabral”