Supostos desvios nos contratos emergenciais na área da saúde durante a pandemia da Covid-19 fundamentaram decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para afastar o governador Wilson Witzel (PSC) do cargo por 180 dias. O vice-governador Cláudio Castro assume interinamente.
A Polícia Federal chegou por volta das 6h20 no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador, para noticiar o afastamento a Witzel. O governador esteve ontem na sede da FIA. Em reunião de trabalho, ele disse que ficaria no governo até 2026.
— Eu serei reeleito porque a população irá reconhecer o nosso trabalho — disse.
Em relação as fraudes na Saúde, ele disse que de R$ 7 bilhões investidos, foram desviados menos de R$ 20 milhões. Witzel disse que conseguiu controlar a corrupção até o início da pandemia, mas por conta da emergência em atender a população infectada pela Covid-19, o ex-secretário de Saúde Edmar Santos teve liberdade para fechar os contratos. Ainda de acordo com o governador afastado, a corrupção só foi detectada devido à transparência do seu governo. Segundo ele, o Sistema Eletrônico de Informações ajudou a identificar o desvio do dinheiro público.
A decisão do STJ tem como base a delação premiada do ex-secretário da Saúde Edmar Santos. A Polícia Federal cumpre 17 mandados de prisão, entre eles contra o Pastor Everaldo, presidente do partido do governador, e Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Social.
São 82 mandados de busca e apreensão, que também são cumpridos na casa da primeira-dama Helena Witzel e na Assembleia Legislativa do Rio.