O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o Censo Demográfico 2022. Segundo o Instituto, a população de pessoas idosas residente no Brasil era de 32.113.490 pessoas, representando um acréscimo de 56,0% em relação àquela recenseada em 2010. Dessa população total, 17.887.737 (55,7%) eram mulheres e 14.225.753 (44,3%) eram homens.
O envelhecimento da população é observado quando os grupos mais jovens passam a representar menores proporções da população total, relativamente aos grupos de adultos e pessoas idosas. Esse fenômeno tem como principal indutor a redução do número médio de filhos tidos por mulher, que no Brasil ocorreu de forma progressiva e rápida desde o final da década de 1960, e, em menor medida, devido à redução da mortalidade em todos os grupos etários, incluindo entre as pessoas idosas.
Em 1980, o Brasil tinha 6,1% da população com 60 anos ou mais de idade. Já em 2022, esse grupo etário representou 15,8% da população total e um crescimento de 46,6% em relação ao Censo Demográfico 2010, quando representava 10,8% da população. No outro extremo da pirâmide etária, o percentual de crianças de até 14 anos de idade, que era de 38,2% em 1980, passou a 19,8% em 2022.
Em 2022, a Região Norte é a mais jovem do País, seguida do Nordeste. As Regiões Sudeste e Sul são aquelas que apresentam estruturas mais envelhecidas e o Centro-Oeste, uma estrutura intermediária, com distribuição etária próxima da média do País.
Para as Unidades da Federação, as alterações na estrutura etária entre os dois últimos Censos Demográficos refletem não só o processo de redução da fecundidade e da mortalidade, mas também o processo migratório interestadual.
Em 2022, os Estados mais jovens, ou seja, com a maior proporção de pessoas até 14 anos, são Roraima, Amazonas e Amapá, com percentuais de 29,2%, 27,3% e 27,0%, respectivamente. São também esses Estados que apresentam os menores percentuais de
pessoas idosas de 60 anos ou mais de idade: Roraima (7,9%), Amapá (8,4%) e Amazonas (9,1%). No que se refere as maiores proporções de pessoas idosas, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais, apresentam percentuais de população de 60 anos ou mais de idade de 20,2%, 18,8%, 17,8%, respectivamente.
O índice de envelhecimento é um indicador que relaciona dois grupos de idade extremas. É mais comum que, para o cálculo deste indicador, sejam consideradas pessoas idosas as pessoas de 65 anos e mais de idade. No entanto, para manter a coerência com os demais indicadores deste texto será utilizado aqui o parâmetro de 60 anos e mais de idade. O índice de envelhecimento, então, será a razão entre o grupo de pessoas de 60 anos ou mais de idade em relação à população de 0 a 14 anos. Portanto, quanto maior o valor do indicador, mais envelhecida é a população. No Brasil, esse índice chegou a 80,0 em 2022, indicando que há 80 pessoas idosas para cada 100 crianças de 0 a 14 anos. Em 2010, o índice de envelhecimento era menor, correspondendo a 44,8.
Como esperado, as Unidades da Federação que têm os maiores índices de envelhecimento são as mesmas com as maiores proporções de pessoas idosas (Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais), assim como os menores índices de envelhecimento são encontrados entre as Unidades da Federação com as menores proporções de pessoas de 60 anos ou mais de idade (Roraima, Amapá e Amazonas). Todas as Unidades da Federação das Regiões Norte e Centro-Oeste concentram indicadores menores que 70. No Nordeste, seis das nove Unidades da Federação apresentam índice de envelhecimento maior que 70, ao passo que todos os Estados do Sul e do Sudeste já apresentam razões acima desse patamar. Isso significa que a população de pessoas idosas passou da metade da população de jovens nessas regiões, tendo o Rio Grande do Sul já atingido 115%.